Endometriose
- Maristela Terezinha Francener
- 17 de out.
- 2 min de leitura
A endometriose é uma doença ginecológica, na qual uma parte do endométrio - a camada mais interna do útero - implanta-se em outras regiões do corpo, mais comumente na região que compreende do umbigo à virilha. Os órgãos atingidos com maior frequência são ovários, trompas, bexiga, intestinos e vagina. Também, com certa frequência, podem ser acometidos os ligamentos útero-sacros; e raramente, os órgãos da cavidade torácica.
Quando essas células endometriais se implantam na musculatura uterina, chamamos essa doença de adenomiose.
A endometriose atinge, em sua maioria, mulheres de 20 a 40 anos, podendo contudo atingir adolescentes e mulheres acima dos 40 anos, essas últimas desde que estejam na fase do menacme, ou seja, em sua fase reprodutiva; melhor dizendo, com alguma produção hormonal estrogênica.
Os principais sintomas dessa doença são:
cólica menstrual
dor pélvica crônica
dispareunia de profundidade (dor profunda à relação sexual)
hipermenorréia (fluxo menstrual aumentado)
alterações intestinais (distensão abdominal, sangramento nas fezes, dor ao evacuar durante o período menstrual)
infertilidade
Embora muitas pacientes apresentem um ou mais sintomas, muitas outras podem permanecer assintomáticas.
As causas da endometriose não são totalmente conhecidas, ainda que existam algumas hipóteses.
O diagnóstico, nem sempre fácil, e raramente rápido, em geral é feito por um (a) ginecologista. Fundamenta-se na anamnese (história atual e pregressa da paciente), exame físico e exames complementares. Esses últimos compreendem exames de imagem e de laboratório.

O fato de que os sinais e sintomas da endometriose também possam estar presentes em outras doenças ginecológicas ou não, dificulta ainda mais o seu diagnóstico.
A endometriose deve ser abordada e tratada como doença crônica, considerando-se todas as repercussões e reverberações que essa doença pode trazer à vida da mulher.
Diante de uma paciente com suspeita de endometriose, inicia-se a investigação e acompanhamento; e a partir do diagnóstico propõe-se o tratamento. Este deve ser direcionado para as queixas da paciente, para a localização e grau de extensão da doença e, não menos importante, para a integralidade do ser da mulher, seu perfil psíquico, seu momento de vida e sua biografia . A endometriose deve ser abordada e tratada como doença crônica, considerando-se todas as repercussões e reverberações que essa doença pode trazer à vida da mulher. As pacientes com endometriose necessitam ser acompanhadas principalmente durante todo o seu período reprodutivo.
A humanidade atravessou mais de vinte séculos com a cultura do menosprezo aos sintomas dolorosos femininos e, a despeito dos enormes avanços da medicina em suas diversas áreas, ainda é recente a acolhida e atenção devidas às mulheres portadoras de endometriose.
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